Educação Obrigatória e Gratuita - Não obrigado, a gente é mais brincar à política e ter cortes de cabelo iguais uns aos outros dependento da idade em que estamos.
A extrema direita ataca de novo. Desta feita, pela mão da Juventude Popular (a divisão área-escola do Partido Popular) apresenta ao espanto português argumentos a favor da liberdade de remar contra o progresso... Pelos vistos esta coisa de ter uma população mais educada não dá muito jeito aos garotos. Uma atenta mas acrítica parte da população portuguesa, que não navega este barcos, parece até considerar a proposta razoável. Não é. É uma graçola.
Em 2003, durante um governo de direita também, a escolaridade obrigatória aumentou de 9 para 12 anos. Esta medida foi tomada por várias razões, sendo que a principal talvez tenha sido garantir que os profissionais portugueses passassem a ser mais qualificados. Mas há mais premissas que argumentam a favor desta medida. Presume-se também que um adolescente não tem experiência de vida suficiente para avaliar se os conhecimentos que tem são ou não suficiente para o futuro. Ao mesmo tempo, garantia aos encarregados de educação, pais tios, amigos ou avós, uma rede de escolas públicas de acesso universal e gratuito e apoios económicos aos estudantes de famílias com menos dinheiro. Parte-se também do princípio, que uma pessoa com 14 ou 15 anos não está preparada para o mercado de trabalho, o que empobrecendo a sociedade até deixa de fazer sentido, porque quase todas as crianças a precisarem de ajudar a família têm formação suficiente - coração - e chegam para fazerem de bom pau mandado num qualquer centro comercial.
Esta mocidade surfista e irreverente chegou à brilhante conclusão de que se calhar o Estado ser obrigado a pagar os estudos aos alunos até ao 12ª não é assim tão boa ideia para os colégios onde estudaram (e onde, quem sabe, podem até arranjar emprego no futuro) mas o argumento utilizado é por demais bizarro: a liberdade de aprender. Não, não estamos a falar de propor modelos de educação alternativos, de sistemas Waldorfs nem de ensino à distância. A liberdade de aprender para estes garotos, é literalmente a liberdade de não aprender.
Se o argumento é esse pergunto, porque não propõem desde já a abolição do ensino obrigatório gratuito? Isto é, porque que razão dá jeito que se estudo até ao 9º e não até ao 8º ou até ao 10º? Há algum estudo científico que diga que liberdade de aprender só faz sentido depois de se saber interpretar um gráfico, ver diagramas do sistema digestivo e de fazer fazer composições a partir de uma notícia de jornal? As equações de primeiro grau saber o é um caudal de um rio garantem ao ser humano "a liberdade de aprender"?
O azar da laia destes jovens é que há-de sempre haver gente séria neste mundo. Nem toda a gente acha que 9 anos de acesso à educação são suficientes. Mesmo que um país passe um atestado de estupidez a si próprio nas academias e instituições políticas. Mesmo que a eles fechem as escolas. Assim como a estupidez, a inteligência e o conhecimento não dependem de propostas de lei. Se estes jovens políticos gostam mais de brincar do que de estudar tudo bem, na boa, eu também, mas não venham brincar com a inteligência das pessoas.
Em 2003, durante um governo de direita também, a escolaridade obrigatória aumentou de 9 para 12 anos. Esta medida foi tomada por várias razões, sendo que a principal talvez tenha sido garantir que os profissionais portugueses passassem a ser mais qualificados. Mas há mais premissas que argumentam a favor desta medida. Presume-se também que um adolescente não tem experiência de vida suficiente para avaliar se os conhecimentos que tem são ou não suficiente para o futuro. Ao mesmo tempo, garantia aos encarregados de educação, pais tios, amigos ou avós, uma rede de escolas públicas de acesso universal e gratuito e apoios económicos aos estudantes de famílias com menos dinheiro. Parte-se também do princípio, que uma pessoa com 14 ou 15 anos não está preparada para o mercado de trabalho, o que empobrecendo a sociedade até deixa de fazer sentido, porque quase todas as crianças a precisarem de ajudar a família têm formação suficiente - coração - e chegam para fazerem de bom pau mandado num qualquer centro comercial.
Esta mocidade surfista e irreverente chegou à brilhante conclusão de que se calhar o Estado ser obrigado a pagar os estudos aos alunos até ao 12ª não é assim tão boa ideia para os colégios onde estudaram (e onde, quem sabe, podem até arranjar emprego no futuro) mas o argumento utilizado é por demais bizarro: a liberdade de aprender. Não, não estamos a falar de propor modelos de educação alternativos, de sistemas Waldorfs nem de ensino à distância. A liberdade de aprender para estes garotos, é literalmente a liberdade de não aprender.
Se o argumento é esse pergunto, porque não propõem desde já a abolição do ensino obrigatório gratuito? Isto é, porque que razão dá jeito que se estudo até ao 9º e não até ao 8º ou até ao 10º? Há algum estudo científico que diga que liberdade de aprender só faz sentido depois de se saber interpretar um gráfico, ver diagramas do sistema digestivo e de fazer fazer composições a partir de uma notícia de jornal? As equações de primeiro grau saber o é um caudal de um rio garantem ao ser humano "a liberdade de aprender"?
O azar da laia destes jovens é que há-de sempre haver gente séria neste mundo. Nem toda a gente acha que 9 anos de acesso à educação são suficientes. Mesmo que um país passe um atestado de estupidez a si próprio nas academias e instituições políticas. Mesmo que a eles fechem as escolas. Assim como a estupidez, a inteligência e o conhecimento não dependem de propostas de lei. Se estes jovens políticos gostam mais de brincar do que de estudar tudo bem, na boa, eu também, mas não venham brincar com a inteligência das pessoas.