reflexões sobre design de autor

A necessidade de me sentir capaz de agarrar coisas diferentes é a meu ver uma característica essencial para conseguir, à medida que eu for envelhecendo, garantir a capacidade de olhar para os desafios de olhos limpos. Sem sacar da fórmula no bolso que resolve a Diocese do Porto e a FIFA do mesmo modo. A partir daí torna-se mais simples avançar para a criação de novas identidades. Serei, menos autor do que um designer que tenha uma fórmula? Népias.

A linguagem vai além de um conjunto de vocábulos. Não é sequer redutível a um idioma ou uma língua. A linguagem de um autor pode ser muito mais do que dois ou três de tipos de letra usados repetidamente em trabalhos diferentes, ou uns bonecos de traços finos negros sobre papel texturado, por exemplo.
Um autor consegue dizer melhor uma coisa quanto mais facilidade tiver para escolher de um leque variado de recursos. As possibilidades tornam-se mais vastas. A solução mais pertinente e particular.
Às vezes o mercado funciona mal, valoriza o contrário. Alguns clientes, querem o que os outros clientes têm (efeito formiga que segue formiga, que às tantas se perde e começa a seguir a última formiga criando uma eterna caminhada para o nada).



Excerto de  um texto que escrevi há uns anos: http://jamtexto.blogspot.pt/2010/05/design-de-autor-fragilidades.html




Bruno Munari

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