Olá de novo amigo


A continuarmos a pensar como estamos não temos hipóteses. Mas se temos inteligência e tecnologia, não devemos deixar de tentar mudar só porque os modelos actuais não são bons. O que se propõe, é tentar controlar o consumo, impedindo que as actividades económicas que ponham em causa a nossa permanência aqui se desenvolvam. A solução neste campo, não é nada de novo: passa por taxar em medida exacta o valor que custa para repor os recursos ecológicos gastos. Neste momento o ser humano consome 50% mais do que planeta Terra consegue repor. E essa tendência vai acentuar-se com a emergência económica de países muito populosos. Mas é por isso que temos de começar a pensar em implantar um sistema financeiro que se coadune com essas restrições.

Alguma coisa está acontecer na espécie humana, mas não temos de nos matar ou deixar de lutar pela nossa sobrevivência e boas condições de vida, para diminuir o nosso impacto aqui. É possível estabilizarmos nos 10 mil milhões de habitantes, sem prejuízo para o ecosistema, desde que exista uma sociedade onde o consumo e acesso aos bens estejam equilibrados. Este modelo pretende ser um passo nesse sentido.
Agora finanças:

"onde e quando, num mundo de livre circulação de capitais e de regrada produção de moeda, é criado o dinheiro para pagar os juros?"
A moeda está associada ao PIB e a riqueza de um estado, os juros são pagos, não criando moeda, mas criando riqueza. Ao criar riqueza a moeda valoriza e o estado pode pois emitir mais moeda mantendo o valor anterior ou manter a quantidade de moeda e aumentar o valor da mesma.

É assim mas apenas na teoria. 
Antes de começar a escrever tenho de fazer um distinção entre as instituições que têm capacidade para produzir moeda (os Bancos Centrais, e de outra forma os Bancos de Retalho) e as que não (todas as outras).
Assim de acordo com actual sistema, as outras têm que produzir riqueza para conseguirem moeda, enquanto os bancos não necessitam de produzir riqueza nenhuma, sem ser a dos outros para, produzirem moeda. Há assim dois mercados. O da criação de moeda (que teoricamente deveria depender da riqueza de um país, PIB) e o da criação de riqueza (que depende de muita coisa, incluindo do próprio acesso ao dinheiro). No entanto ambos os mercados perseguem assumidamente a acumulação de riqueza e de moeda. Isto é perverso no mínimo. Numa economia global, inserir e retirar moeda do mercado sem nenhum critério que não o PIB, não é nem justo; porque sai moeda do mercado mas fica a dívida dos juros porque à partida nunca foi produzida moeda para os pagar; nem é eficaz:
Os indicadores económico-financeiros mais sofisticados, como o PIB (nominal ou real) são apenas indicadores económico-financeiros. E são arcaicos. Na prática a moeda não valoriza em medida directamente proporcional à riqueza criada. Assim como actividade económica nem sempre implica a criação de riqueza. 
Acima de tudo porque o conceito de riqueza é subjectivo. Em segundo lugar, porque estes indicadores são falíveis e até falseáveis (ora vê: http://www.youtube.com/watch?v=rPILhiTJv7E). 
Se um governo ou uma empresa investirem muito em produtos de consumo a médio prazo, como habitação ou centros comerciais o PIB aumenta nesse ano, mas se o mercado não necessita, a riqueza efectivamente não é criada. 

São números que depois poderiam justificar muitas operações financeiras, cortes, aumentos, compras e vendas,  mas não significam o melhoria das condições de vida de uma população. Já para não falar das consequências ecológicas que esta forma de medir a economia tem. 
Este vídeo no link a cima é só uma maneira que existe de perverter o sistema económico-financeiro. Mas existem mais... A operação mais usada à larga escala pelas instituições financeiras em coordenação com multi-nacionais é endividar um país ou uma empresa baixando artificialmente o preço dos seus recursos, pela análise do risco, e maximizando os lucros. 
Não é possível quantificar a riqueza de modo objectivo. Ter um sistema financeiro a depender destes indicadores é tolice.



O dinheiro existente não tem qualquer interesse neste sistema, o que interessa é o valor dele que está directamente associado à riqueza de um estado. Quando criamos moeda desvalorizamo-la sendo que a riqueza não mudou e o valor do bolo se manteve.


Neste sistema não devia interessar mas por outro lado tem que interessar. Por isso é que eu digo que as finanças actuais condenam o modelo capitalista. Ter mais ou menos moeda, neste sistema significa ter mais riqueza ou menos riqueza. Se assim não fosse ninguém cobraria juros. Os juros além de serem uma margem de lucro sobre uma espécie "aluguer", são uma compensação pelo tempo em que não podes ter acesso a esse activo (capital). O capitalismo foi criado para a Economia e não para as Finanças:

Enquanto a maior parte das trocas de bens e serviços por dinheiro funcionam dentro de um sistema económico em que o valor do dinheiro é dado adquirido (ou é pelo menos facto incontornável no momento da troca) e cujo o lucro vem do poder do trabalho (de transformação, produção ou criação), a arte ou a ciência das finanças assume-se como um sistema que opera, e joga com o factor tempo, dentro de um mercado onde a moeda (entre outros activos) se comportam como ideias de valor variável.
A grande diferença entre as natureza das trocas financeiras e as económicas tem que ver com a variação do valor de uma determinada coisa no tempo.


Numa economia global que se reja pelas premissas actuais, mesmo que um português consiga criar riqueza, vendendo muita coisa a um espanhol, como os bancos do espanhol funcionam dentro do sistema criação de moeda pela reserva fraccionada, que permite juros, também lhe vão exigir o retorno do que lhe deram, mais os juros (que nunca foram injectados na economia inicialmente). Se se parar de emprestar dinheiro, alguém tem que falir, neste caso o espanhol, mesmo que a empresa tenha viabilidade económica (não é o mesmo que ter activos financeiros).
Assim como uma empresa com muitos activos financeiros não será necessariamante um instituição produtiva.

A verdade é que actualmente há sempre pontas soltas nos bolsos da sociedade, e nenhuma instituição, à excepção das bancárias, consegue activar a economia por muito tempo. A inflação tem que acontecer. Nunca o valor da moeda durante o século XX foi aumentando, por isto mesmo. A moeda é a unidade de medida da economia, foi para isso que ela foi criada. Não se pode partir do princípio que a produção riqueza, valor, seja a unidade de medida da economia, pois que a sua existência é não é objectiva. 


 O "problema", salvo seja!, da europa foi que a riqueza criada nos últimos tempos não foi investida na criação de mais riqueza, mas foi, de um modo humanista partilhada por todos na medida do possível. Foram feitas estradas, pontes, escolas, trabalha-se muito menos que em qualquer outra parte do mundo, apostou-se na cultura, no ócio, enfim outras tantas outras coisas óptimas para o povo e que levaram a problemas económicos no preciso momento em que as condiç~es mudaram. O que está a cair não é o modelo económico, nem o financeiro, mas o modelo social e político, o famoso estado social!!


Esta é o argumento dos neo-liberais para cortarem tudo o que tenha a palavra estado.


"Quando se desvaloriza moeda, injecta-se dinheiro na economia, podem pagar-se as grandes dívidas e investir-se em estradas e hospitais. Os preços sobem, a indústria e o comércio têm mais lucro e ficam mais confiantes."
isto numa economia global é ridiculo! Os preços sobem, mas o consumo diminui por medo dos intervenientes, além disso as dividas externas aumentam violentamente. Além que os salarios não crescem ao mesmo tempo dos preços e a economia para:
Isto apenas pode ser feito em paises como a China, com um crescimento económico brutal baseado em exportações e materias primas. Qualquer pais que fizesse isso era comprado pelo vizinho pois a sua moeda valeria imenso no mescado de cambio! Para mexer artificialmente no valor da moeda dessa maneira é preciso ser-se uma potencia economica mundial e não ter juizo nenhum!!!  
Mais uma vez é importante frisar que criar dinheiro não tem absolutamente nada a ver com criar riqueza. O dinheiro quer existam 100 ou 10000000000000 notas vale sempre a riqueza que ele reflecte.

Sim! Mesmo injectando moeda, as consequências da desvalorização são graves.
O sistema que proponho, inviabiliza uma moeda de valor variável e as taxas de câmbio, mas viabiliza uma economia global regrada e justa, que obviamente necessita de uma legislação internacional que o acompanhe.

Abraço grande

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