até pode ser uma cena meeeeeesmo impecável da américa e brutal mas

O Porto é uma cidade de passagem para os jovens. É completamente incapaz de fixar uma população nova, formada com capacidade para liderar um processo de transformação. É um cidade de velhos agarrados ao Viagra e ao poder. Daqui a 10 aninhos começam a morrer e vamos ver como vai ser. Mas enfim isso é tema para outro texto que eu hoje venho aqui dizer mal de certas e determinadas pessoas e dizer bem de outras tantas.

Em cidades de passagem, as pessoas que vão ficando são obrigadas a cumprir um ritual novo de tempos a tempos. Têm que mudar de amigos, de sítios de opiniões. Isso até é fixe mas certas pessoas, são obcecadas por pertencerem a um grupo.  E, de tempos a tempos, como toda a gente sabe, os grupos desintegram-se, e as pessoas comportam-se como se fossem umas atrasadas mentais quaisquer. Algumas não... algumas são de pensar mais solto e pés assentes na terra. Mas há umas que valha-nos deus. 
As crews quando se desintegram, voltam a juntar-se de maneiras diferentes e a dinâmica é brutal. Mas passado muito pouco tempo começa a parvoíce a vir à tona em alguns.

Este não é um comportamento normal. É uma coisa de algumas pessoas mais, como dizê-lo, tolas e frias. Não é uma coisa geracional sequer, se bem que é mais visível até aos 30 anos, porque os outros estão ocupados a trabalharem com contrato das 9 às 5 e a pagarem impostos para o Passos Coelho poder dar ao BCE.
A começar no modo como algumas destas pessoas fazem humor... só piadas privadas. Cada vez que contam uma à frente de quem não faz a mínima ideia do motivo da risota, não sentem a obrigação de se explicarem. Encontram um regozijo ridículo qualquer em não explicar. 
E a gente que nasceu há três dias, nunca conviveu com pessoas inseguras assim como nunca aprendeu a deixar estar as pessoas amuadas em paz, fica muito interessada no assunto.
Para bem dizer a malta está-se nas tintas para conversa que estas pessoas tiveram na semana passada. Apenas fica a pensar... bolas que absurda esta piada privada. E a outra anterior e a outra... Tá tudo... mas vou ali e já venho, pode ser que isto passe entretanto. Eu não sei, gostaria de ter percebido (como é natural), mas agora que não querem contar, o meu desinteresse chegou para ficar. E até pode ser uma cena meeeeeesmo impecável da américa e brutal mas se por alma do diabo algum dia eu vier a saber onde é que estava a graça, já não vou conseguir chegar àquela parte da conversa em que as pessoas realmente estão a trocar alguma coisa. Não me há-de ser possível.
Estas as pessoas mais tolinhas dos grupos ainda não aprenderam a dar espaço para a conversa flua de um lado para outro com graciosidade. Não conseguem envolver-se nas conversas com leveza nem dar espaço para um fio condutor. Estão sempre com a cabeça no cu de judas. Não percebem que há outras maneiras de se socializar sem ser como uma matilha de adolescentes perdidos e achados na confusão.



Outra cena que estas pessoas fazem é ridicularizar aquilo que lhes escapa à imediata concepção do mundo. Isso é um comportamento mais ou menos normal, e pelos vistos se ligarmos a MTV ou virmos a Sic Radical é o modo de vida mais comum aos apresentadores. Mas o que torna estas pessoas mesmo mesmo desinteressantes são os alvos que elas escolhem: são sempre fáceis. Tipo olha aquele mandou um tralho. Ou aquele agora usa saia. Ou a outra casou com o anãozinho.
Para se sentirem bem com elas próprias e mostrarem que têm opinião sobre mais coisas que o novo aspecto do facebook ou o novo álbum da moda ou nova frase dum político. Enfim... A cena é que mesmo as coisas mais absurdas podem ser questionadas e pensadas a partir de outro ponto de vista. 
Estas pessoas são livres de se comportarem assim até aos 90 anos, serem assim, mas eu tenho cá para mim que não serão realmente livres. Vão fazer o que lhes disserem para fazer e se há coisa que eu não quero, é morrer com a sensação que vivi a vida que me foi aconselhada. Como se o meu carácter não funcionasse fora disso.

Eu tento acreditar que são fases das pessoas e que há mais alguma coisa para além daquilo. Mas meus amigos, não garanto, conheço algumas pessoas assim há anos. Não perco muito tempo com elas, mas de tempos a tempos lá faço um ponto de situação e, pá continuam...

Eu ouço os conselhos dos meus amigos como se fossem pequenos milagres, pérolas, e eu o porco para as tentar apanhar. Sei fazer a distinção entre um conselho que não foi pensado e um conselho dedicado e aberto à minha resposta. Porque dar conselhos não é só chegar e dizer. Isso é meter nojo. Dar conselhos é falar e ouvir. E quando me dão conselhos ouço, depois falo, volto a ouvir, penso, mas depois, quem decide sou eu. A vida, e a parte social dela, é muito mais que grupos, que crews e que cenas do futuro.


Agora as coisas boas...
Eu gosto muito de grupos, da energia que geram. Estou em muitos grupos diferentes dependendo do dia e da hora. Mas ainda gosto mais de pessoas com vontade de crescerem e de mudarem, porque são apenas essas que se conseguem manter pessoas novas e ter brilho nos olhos.

Agora os dois misturados para terminar...
Estas pessoas de quem falo, as das piadinhas secretas, devem andar esquecidas que são muito mais interessantes quando estão a pensar pela própria cabeça. E isso é o mínimo que exijo às pessoas que me rodeiam para conseguir conversar e felizmente há por aí muita gente preciosa.


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