Estas são mais antigas e menos certinhas
Entre quarta e domingo, o meu irmão e o meu pai, andámos a trabalhar nas obras. A assentar tacos que se descolaram com o tempo, a dar Bondex nas portas, a pintar o muro da varanda, a calafetar janealas, àrranjar persianas, etc. e entre outras coisas... O meu irmão tem lá a coleção de CDs dele. Assim durante as trolhices, tivémos tempo para ouvir muita coisa. O álbum Thriller do Michael Jackson, um CD do Nuno Prata, e um CD do B Fachada (que eu fui comprar à Fnac enquanto despejava o lixo), foram os mais ouvidos. Mas tivémos tempo para muitas outras coisas. Ena Pá 2000, Charlie Parker, um Best of Jazz que eu descobri lá enquanto o Zé não estava, e um CD de DAT Politics de 2004 que o Nico Tricot arranjou ao meu maninho mai novo. Eu já conhecia, e era fã de, DAT Politics há muito tempo mas quando comecei a ouvir techno de Colónia, em 2003/04 a coisa passou-me. Na altura fui-me esquecendo. O melhor de ouvir DAT Politics agora, é que estou menos obcecado com timbres novos, (aquela textura electrónica estéril e bestial ao mesmo tempo). Já não fico maluco com isso, estou menos fanático, continuo focado em inovação mas já consigo desprezar as músicas mais estupificantes que eles têm (porque já os conheço mais ou menos) sem ficar com um peso na consciência. Estas 2 músicas, no entanto são especiais... Fazem-me lembrar algumas dos Long Way to Alaska, ou do B Fachada (melodias infantis e delicadas). Só que estas, dos DAT Politics, são mais antigas e menos certinhas. Os DAT Politics são de Lille e nasceram em 1998. Apesar de já não ficar eufórico cada vez que ouço estas coisas Glitch, concluo com mais certeza hoje que, lá na France e no centro da Europa, a indústria musical pode (porque quer) arriscar um pouco mais.