revolução 99-09
Ainda não vi mas não é difícil prever que Revolução 99-09 = "Ena ena, que maravilha... em Portugal fez-se design TÃO bom como estrangeiro (nunca melhor, muito menos antes) mas com umas fonts de estado novo, corticite, tecido e galos de barcelos à mistura."
Mas tudo bem. Uns contam uma história, a gente vai contando outra, no final vamos ver quem é que a conta melhor. Curadores fraquinhos! Se vocês fizessem diferença, na qualidade dos clientes, estaria preocupado, mas mesmo sendo inócuos, preocupo-me o suficiente para vos dizer publicamente, que acho que são muito fraquinhos e mariquinhas.
Se eu fosse ler a vossa história do design português ficava embaraçado, de tão pouco ambiciosa...
Isto não é ser ressabiado, é querer elevar a fasquia do presente... Ainda que fosse pura amargura, ser ressabiado num clima de simpático porreirismo é coisa com a qual empatizo. Cada vez mais acho que, não havendo uma ordem no design, a única parede que pode definir a diferença entre um bom trabalho e um trabaho de merda é a crítica incisiva. E não me refiro à crítica em género de ensaio, ou comunicado de imprensa (mais ou menos generalista) que essa (por muito mérito que tenha) não faz mais do que "tentar cozer um ovo com um isqueiro". Refiro-me à crítica feroz. Àquela que humilhe o design mediano, seguidista e medroso, e que humilhe principalmente o cliente que paga por esse design.
REVOLUTION 99-09
PALÁCIO QUINTELA
17 JUN - 5 SET 2010
TER-DOM, 10:00-22:00
Lisboa
A Pastelaria do Cesariny
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
– ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos
frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mas tudo bem. Uns contam uma história, a gente vai contando outra, no final vamos ver quem é que a conta melhor. Curadores fraquinhos! Se vocês fizessem diferença, na qualidade dos clientes, estaria preocupado, mas mesmo sendo inócuos, preocupo-me o suficiente para vos dizer publicamente, que acho que são muito fraquinhos e mariquinhas.
Se eu fosse ler a vossa história do design português ficava embaraçado, de tão pouco ambiciosa...
Isto não é ser ressabiado, é querer elevar a fasquia do presente... Ainda que fosse pura amargura, ser ressabiado num clima de simpático porreirismo é coisa com a qual empatizo. Cada vez mais acho que, não havendo uma ordem no design, a única parede que pode definir a diferença entre um bom trabalho e um trabaho de merda é a crítica incisiva. E não me refiro à crítica em género de ensaio, ou comunicado de imprensa (mais ou menos generalista) que essa (por muito mérito que tenha) não faz mais do que "tentar cozer um ovo com um isqueiro". Refiro-me à crítica feroz. Àquela que humilhe o design mediano, seguidista e medroso, e que humilhe principalmente o cliente que paga por esse design.
REVOLUTION 99-09
PALÁCIO QUINTELA
17 JUN - 5 SET 2010
TER-DOM, 10:00-22:00
Lisboa
A Pastelaria do Cesariny
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
– ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos
frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra