evolução Três ou mais vezes mais rápido: eu é que gosto mais disto doquede chocolate 2.0
Olha esta música:
doquede chocolatchum tchum
doquede chocolatchum tchum
doquede chocolatchum tchum
doquede chocolaaaaaaaatchum... tchum!
1-"A MULA RUGE E BEM MAS..." TB DIZ ASNEIRAS.
E AS ASNEIRAS ESTÃO NA REVISTA "VOCA".
É PENA.
by Mauro Cerqueira
Ver link acima para melhor comprensão deste post.
Mauro:
Imagino que o que vos tenha levado a reagir (ou a repensar) seja o seguinte:
"Muitos dos artistas fundadores desses espaços (ditos alternativos) vimo-los adaptarem-se rapidamente ao discurso e à linguagem dominante, fazendo carreira por entre prémios e bolsas, à custa da perda de alguma originalidade e arrojo."
O que eles dizem não é descabido. Está um pouco empolado, dito de modo curto, mas não é só asneira. Ademais, não é imperativo, assume-se como uma opinião que o Marco e o Miguel têm sobre algumas coisas que vão vendo. Entre elas nota-se a desilusão que sentiram sobre o desenvolvimento de alguns trabalhos de pessoas que lhes são próximas. Não falam de nomes nem de exposições por isso não se sabe se pensam isso de trabalhos deste ou daquele, teus ou da filha do dono do Olímpico, de quais trabalhos... Sabe-se lá! Eu nem quero saber.
Imagino que a Mula não elogie os artistas que melhoram durante esse percurso afastado da "rua" porque haja menos casos de melhoria notória. Podiam certamente apresentar casos concretos com textos ainda mais aprofundados e de cariz mais documental, estudioso... mas quem somos nós para exigir isso? A mula dada, não se olha o dente. Ou olha?
Eu sei que ninguém gosta de ler coisas menos elogiosas, e escritas de maneira generalista sobre opções que se tomam ou tomaram. Agora... é só verdade que em muitos dos casos de artistas bolseiros, "adoptados" depois de trabalharem em meios sem apoios, premiados por pessoas mais experientes, se assista a uma evolução do trabalho que não seja tão positiva.
Podemos pensar que estamos a opinar nos blogues as mesmas coisas que se falavam há uns anos atrás. Mas não, agora temos mais anos de experiência, somos mais velhos, e o mesmo problema é visto com outros olhos.
Por exemplo, só agora consigo afirmar que um artista que muda de meio (de um espaço gerido por artistas para uma galeria gerida por um empresário, por exemplo) possa ter mais dificuldade em manter o mesmo nível. São contextos diferentes e não é simples mudar. Como em qualquer outra área... os primeiros meses, ou anos podem originar um abradamento na evolução do trabalho. Aparecem sempre outras cedências que têm de ser feitas, há também novas possibilidades de produção, e um artista não aprende a gerir isso em três tempos. Há também casos em que acontece o oposto e um tipo que tinha um trabalho pior entre paredes sujas, dá um salto impressionante aquando da passagem para um museu ou simplesmente por viajar para uma outra cidade.
(topa-me esta manobra! este início de frase!)
Concordará o meu caro leitor, com certeza, que fazer o mesmo num cubo branco, que se faz num espaço que é seu, possa ser muito pior do que alterar o "produto". (para o fim já correu pior mas no início foi bem sacado!) Outras vezes não se muda por opção. Outras vezes só o facto de se alterar o tipo de flyer limpa uma parte da alma do trabalho. Há momentos distintos, trabalhos para públicos diferentes que podem exigir mais flexibilidade nos modos de operar. Às vezes os modos de operar não são tão flexíveis. Ninguém tem a fórmula certa para isso. Já não existe um padrão local muito menos um global. Umas vezes corre bem outras corre pior, todos temos momentos altos e baixos.
A cena é que enquanto antes a história da arte era escrita por poucos que ignoravam (intencionalmente?) todos os momentos menos felizes da carreira de um artista, agora é estranho confrontarmo-nos uns aos outros com opiniões divergentes que, a meu ver já contam mais para a formação da cultura local, do que uma crítica num grande jornal/publicação nacional ou internacional.
As bolsas e residências sabe-se, são ganhas à custa de alguns contactos e algum mérito. Umas vezes são mais contactos/confiança de um promotor/comissário/curador outras vezes é mais a confiança/mérito/reconhecimento (sem contactos/conhcimento pessoal)... Mas embora pareça, já não é isso que está em causa.
Ou que importa que fique claro é que seja qual for a situação, esses incentivos raramente são dados sem contrapartidas: – dou-te isto mas tens de vir para aqui trabalhar durante uns tempos – , ou – edito-te o catálogo mas sou eu que escolho a parede onde vais expor. Ora este processo não é garantia que o trabalho do artista melhore. Sabemos que o objectivo é quase sempre crescer e maturar, evoluir para melhor, (ajudar a comunidade criativa a continuar a produzir, tenho quase a certeza que os curadores não são mal intencionados) mas isso não acontece em todas a situações... Convenhamos que a cavalo dado... também não se costuma olhar o dente.
Diga-se o que se tiver que dizer. Assim as coisas ficam claras e andam três ou mais vezes mais rápido. E acredita, não é bom andar calado com guerra na cabeça, nem calado com paz para dizer, e mesmo que numa cidade pequena hajam estes episódios de desavenças pontuais, com sensatez se percebe que o tempo traz sanidade e uma certa (falta de) coerência a quem vai publicando pensamento.
Pediram aos gajos da Mula para escrever uma coisa. E eles escreveram aproveitando para dizer o que lhes ia na alma. Não é grave! É de louvar! Tanto quanto tu te permites discordar publicamente.
Abraço a todos.
doquede chocolatchum tchum
doquede chocolatchum tchum
doquede chocolatchum tchum
doquede chocolaaaaaaaatchum... tchum!
1-"A MULA RUGE E BEM MAS..." TB DIZ ASNEIRAS.
E AS ASNEIRAS ESTÃO NA REVISTA "VOCA".
É PENA.
by Mauro Cerqueira
Ver link acima para melhor comprensão deste post.
Mauro:
Imagino que o que vos tenha levado a reagir (ou a repensar) seja o seguinte:
"Muitos dos artistas fundadores desses espaços (ditos alternativos) vimo-los adaptarem-se rapidamente ao discurso e à linguagem dominante, fazendo carreira por entre prémios e bolsas, à custa da perda de alguma originalidade e arrojo."
O que eles dizem não é descabido. Está um pouco empolado, dito de modo curto, mas não é só asneira. Ademais, não é imperativo, assume-se como uma opinião que o Marco e o Miguel têm sobre algumas coisas que vão vendo. Entre elas nota-se a desilusão que sentiram sobre o desenvolvimento de alguns trabalhos de pessoas que lhes são próximas. Não falam de nomes nem de exposições por isso não se sabe se pensam isso de trabalhos deste ou daquele, teus ou da filha do dono do Olímpico, de quais trabalhos... Sabe-se lá! Eu nem quero saber.
Imagino que a Mula não elogie os artistas que melhoram durante esse percurso afastado da "rua" porque haja menos casos de melhoria notória. Podiam certamente apresentar casos concretos com textos ainda mais aprofundados e de cariz mais documental, estudioso... mas quem somos nós para exigir isso? A mula dada, não se olha o dente. Ou olha?
Eu sei que ninguém gosta de ler coisas menos elogiosas, e escritas de maneira generalista sobre opções que se tomam ou tomaram. Agora... é só verdade que em muitos dos casos de artistas bolseiros, "adoptados" depois de trabalharem em meios sem apoios, premiados por pessoas mais experientes, se assista a uma evolução do trabalho que não seja tão positiva.
Podemos pensar que estamos a opinar nos blogues as mesmas coisas que se falavam há uns anos atrás. Mas não, agora temos mais anos de experiência, somos mais velhos, e o mesmo problema é visto com outros olhos.
Por exemplo, só agora consigo afirmar que um artista que muda de meio (de um espaço gerido por artistas para uma galeria gerida por um empresário, por exemplo) possa ter mais dificuldade em manter o mesmo nível. São contextos diferentes e não é simples mudar. Como em qualquer outra área... os primeiros meses, ou anos podem originar um abradamento na evolução do trabalho. Aparecem sempre outras cedências que têm de ser feitas, há também novas possibilidades de produção, e um artista não aprende a gerir isso em três tempos. Há também casos em que acontece o oposto e um tipo que tinha um trabalho pior entre paredes sujas, dá um salto impressionante aquando da passagem para um museu ou simplesmente por viajar para uma outra cidade.
(topa-me esta manobra! este início de frase!)
Concordará o meu caro leitor, com certeza, que fazer o mesmo num cubo branco, que se faz num espaço que é seu, possa ser muito pior do que alterar o "produto". (para o fim já correu pior mas no início foi bem sacado!) Outras vezes não se muda por opção. Outras vezes só o facto de se alterar o tipo de flyer limpa uma parte da alma do trabalho. Há momentos distintos, trabalhos para públicos diferentes que podem exigir mais flexibilidade nos modos de operar. Às vezes os modos de operar não são tão flexíveis. Ninguém tem a fórmula certa para isso. Já não existe um padrão local muito menos um global. Umas vezes corre bem outras corre pior, todos temos momentos altos e baixos.
A cena é que enquanto antes a história da arte era escrita por poucos que ignoravam (intencionalmente?) todos os momentos menos felizes da carreira de um artista, agora é estranho confrontarmo-nos uns aos outros com opiniões divergentes que, a meu ver já contam mais para a formação da cultura local, do que uma crítica num grande jornal/publicação nacional ou internacional.
As bolsas e residências sabe-se, são ganhas à custa de alguns contactos e algum mérito. Umas vezes são mais contactos/confiança de um promotor/comissário/curador outras vezes é mais a confiança/mérito/reconhecimento (sem contactos/conhcimento pessoal)... Mas embora pareça, já não é isso que está em causa.
Ou que importa que fique claro é que seja qual for a situação, esses incentivos raramente são dados sem contrapartidas: – dou-te isto mas tens de vir para aqui trabalhar durante uns tempos – , ou – edito-te o catálogo mas sou eu que escolho a parede onde vais expor. Ora este processo não é garantia que o trabalho do artista melhore. Sabemos que o objectivo é quase sempre crescer e maturar, evoluir para melhor, (ajudar a comunidade criativa a continuar a produzir, tenho quase a certeza que os curadores não são mal intencionados) mas isso não acontece em todas a situações... Convenhamos que a cavalo dado... também não se costuma olhar o dente.
Diga-se o que se tiver que dizer. Assim as coisas ficam claras e andam três ou mais vezes mais rápido. E acredita, não é bom andar calado com guerra na cabeça, nem calado com paz para dizer, e mesmo que numa cidade pequena hajam estes episódios de desavenças pontuais, com sensatez se percebe que o tempo traz sanidade e uma certa (falta de) coerência a quem vai publicando pensamento.
Pediram aos gajos da Mula para escrever uma coisa. E eles escreveram aproveitando para dizer o que lhes ia na alma. Não é grave! É de louvar! Tanto quanto tu te permites discordar publicamente.
Abraço a todos.