im- de Vera e Francisco

Raramente vou ver dança. 4 a 5 peças por ano, em anos bons. É ainda mais raro sair satisfeito do espectáculo (se é que ele acaba). Hoje tive sorte. No Teatro Helena Sá e Costa, na Esmae vi uma peça boa. Eu sei que a palavra pós-modernismo não está para a dança como está para a arte ou para o design. É o mesmo termo mas com significados diferentes... O que eu vi hoje no Porto, aproximou corajosamente o universo do design pós-modernista dos anos 70 e 80 da dança pós-modernista. Porque são coisas diferentes: "Claiming that any movement was dance, and any person was a dancer (with or without training) early postmodern dance was more closely aligned with ideology of modernism rather than the architectural, literary and design movements of postmodernism."
in http://en.wikipedia.org/wiki/Postmodern_dance

Há no espectáculo vários pormenores muito bons (há outros que não são tão brilhantes) mas este que relato é delicioso.
Tenho que contextualizar, no espectáculo, há três quadros diferentes, num deles, os intérpretes e coreógrafos encontram-se vestidos de azul metalizado contra um fundo, (daquelas telas que têm um nome especial que agora não me vem à cabeça) daqueles que mudam de cor, que começa por ser meio magenta e que assim fica enquanto te concentras nos movimentos dos intérpretes. A luz deixa o fundo o tempo suficiente até colar o tom na tua memória, passando depois a mudar lentamente para azul (a mesma cor dos fatos parvóides). Por essa altura o tom já ficou colado da zona para onde olhas e surge à volta deles uma aura roxa.
O que hoje aconteceu foi bom. Valeu bem o bilhete.
Parabéns a todos os envolvidos.

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