Sumário





Além do renascer da cena francesa (do gás dado pela Institubes, Ed Bangers, Kitsuné) há muita coisa que ficou esquecida tal foi a força do grande hype dos 00's. Este é um trabalho de sistematização do que foi a música pop nos 00's.

Simultaneamente à fraca prestação das majors no mercado por falta de coragem, vontade e mesmo pela redução de meios, e transversalmente à onda maximal de Paris, passou-se a meio da década um boom de criatividade que vai servir (pelo menos a mim enquanto produtor) grande parte da mala de ferramentas para os próximos 5 anos (foi lá que foi cunhado o termo New Rave). Parece-me que foi de Londres que me chegaram os temas mais entusiasmantes que ouvi nos últimos anos. Os Trash Fashion (por pior que soe o nome) foram dos meus favoritos. Com uma atitude desarmante não conseguiram atingir os públicos de ondulações flúor da grande Europa. De lá veio também um regular desenvolvimento da cena 2Step/Uk Garage que se envolveu na Nova Pop (é assim que designo de um modo generalista os projectos que colhem influências nos estilos dos anos 90). Kissy Sell Out e Sinden, são a meu ver as peças chave e ajudam-me a desenhar este puzzle. O Kissy Sell Out consegue redefinir o modo como se projecta um som num espaço de grandes dimensões, e o Sinden usa com simplicidade e eficácia os shuffles maquinais deixa os mais energéticos a tremer, num estilo House/UK Garage. Estes rapazes foram sem dúvida, para mim, juntamente com a Cassete Playa e as miúdas da Super Super os braços mais activos do hype.

A residência da Border Community no Rex contribui para o aparecimento do termo Maximal. Fartos da ditadura Kompakt, os rapazes de James Holden produziram um novo techno mais volátil e humano que ora se forma em Rock Neo-Emo de todas as cores como se trasnforma facilmente em tons cinzentos de ritmo fluído. Desencadearam um mar imenso de cópias e refazeres do estilo deles. O que se passou com as réplicas e com quem as promoveu originou a seca mais violenta que o Techno passou desde o seu aparecimento. Horas de maus James Holdens, produtores semi-amadores a editarem coisas deploráveis. Enfim…

A Alemanha continuou a dar as mesmas cartas, pop tecnológico mas com mais riqueza vocal e com produções mais exuberantes. O Bois Noize e o Pop No Name são os Moulinex e o Xinobi Alemães porque se renderam e reproduziram sem pudor a frescura que veio de França. Não estou a par do que se fez em Espanha mas tenho ideia que são bem piores no que toca a traduções.

Não quero falar dos Bounce Bounce Bounce! nem do Nu-Nu-Italo dos italianos e do nórdicos mais a Leste. Não quero falar de Balitmore nem de Ghetto Tech prefiro reservar esta parte final do texto para falar sobre avanços realmente importantes na música na última década. A Dockers MC e o Stuart James… É que surgiu também em Londres um movimento, como dizê-lo, de poesia , de MC's, ou de faladores que afixam os textos em formato audio no Myspace, Youtube, zShare:

Abdicam muitas vezes de instrumental e deixa-nos a ouvir apenas palavras. Há declamadores para todos os tipos, uns pirosos, outros cool. É ouvir e escolher uns poucos para favoritos. :) Se os Daft punk recuperaram a voz estes tipos ressuscitaram a alma do canto.


http://www.myspace.com/stuartjamesx
http://www.myspace.com/dockersmc

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