A Nova Emoção foi diferente.

Não vi o concerto de Black Disco mas a experiência faz-me acreditar que o José Mendes no blog do lado razão tem muita coisa. Há qualquer coisa que me entristece cada vez que surge um projecto português: É muito à "Lá Fora é Qué"! Quando surgem coisas de alguém com talento, a originalidade é vista como ridícula e de imediato nos deitamos ao gozo maledicente em vez de nos rendermos simplesmente à diversão. Em Portugal ninguém acredita que o primeiro sintoma de inovação musical é o Ridículo. Quando te ris daquilo que estás a fazer, estás provavelmente a criar algo de novo. Parece-me que temos a terrível tendência para apenas aceitarmos as intervenções que não nos espelhem directamente nos nossos próprios preconceitos. Nós, portugueses, somos uma espécie de habitantes sérios da nossa diversão. Deve ser da merda do fado. Já toda a gente experimentou, mas que experimente outra vez, traduzir as letras de alguma coisa em inglês, imagine-se perante um público a cantar e verá que cora até ao rubro. O foleiro faz parte da música e quem o renega é um artista menos corajoso. O fado nada tem de corajoso, parecem-me quase sempre lamúrias, e até prova do contrário parece-me que somos medrosos.

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