Depois de Daft Punk, já temos a nova Paris

Thanx 4 the Add!

A parafernália gráfica é outra vez pós-modernista, desengane-se o amador do sentido desregrado do termo. Muitas cores, desenvolvimentos divertidos das pretensões normativas que decorreram dos movimentos quadrados do início do século, intuição no regresso ao desenho, tipografia cuidada... Em suma, uma gama de utensílios visuais que não se faz bem com desbunda acrítica, mas que ao invés, depende de uma rica memória imagética e de uma imensa dose de conhecimento histórico do Design, entendido enquanto disciplina criativa e parte integrante da construção da cultura. Ao mesmo tempo que a Nova Emoção se tenta impor como o primeiro movimento artístico urbano caraterístico do Porto, representativo de um estado de espírito duma cidade em plena infância, Paris, para espanto dos casmurros que desvalorizam a importância da nossa querida e periférica cidade, também se veste das mesmas cores globais traduzidas às suas idiossincracias. Não nos copiam nem nos idolatram, nem nós lhes vestimos a pele. Já os vamos conhecendo melhor do que eles a nós, mas que outra coisa seria de esperar se nós nem sequer fomos fixados, comentados ou apenas citados em nenhum suporte mediático nacional ou local. Lá também trataram de criar a banda sonora para os seus próprios cartazes, para os seus vídeos e códigos de indumentária. Depois da assunção das limitações ferramentas dos anos noventa, os primeiros cinco anos dos 00's aparecem pintados em gradação cromática, simulações de tridimensionalidade, representações de sombras e criações (apenas e só) aproximadas à difusão de luz real. As linhas gráficas ou os logos do Google, da Apple, MacOS Panther, Windows XP, Tiger, Macromedia Studio MX, Adobe CS, Big Brother, entre outros tantos milhares, reflectem a nova presunção de encantamento visual. Poderemos então encarar a coisa como apenas mais um renascer do gosto? Será que isso é suficiente? Eu acho que não. Eu acho não porque há mais na vida que a rendição aos terminais de recepção de informação. Que me adianta gostar muito da música dos parisienses, se não posso lanchar com eles daqui a pouco, ou se me é difícil trocar amostras audio com eles? É precisamente aqui que nós conseguimos manter o movimento fora dos grandes mercados da música. O que não é só bom, porque assinar contrato com a Virgin resulta quase sempre em meios materiais e financeiros para produzir mais e melhor. Assim nós estamos a fazer tudo de raíz: música, editoras, sedes, estúdios, distribuidoras, design, arte, público, enfim, movimento.
De volta a Paris via web numa vigem aos sítios certos do Myspace e encontramos os amigos, filhos de Daft Punk, entre aventuras locais e o mercado global, aquele que também é fez a nossa estética. Surkin, Teki Latex, Para One... A música rende-se ao clube de dança, pensada para funcionar tanto a pares como a três ou quatro ao mesmo tempo, orgias de som. Mas das já banais reinvenções do Disco, nos "one man shows" sobressai o pensamento de dança individual, com bases na construção de música para raves, música cerebral e física, tudo com um toque de choro entre sorrisos e muita Pop, Pop, Pop. Vale a pena espreitar.

Teki Latex
Para One
Surkin

Aproveito e diexo já mais 8 megas de MP3 de Ana: Isto Não é só Pimba

Divirtam-se.

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