A Associação Fonográfica Portuguesa lançou a versão portuguesa de um site onde se tentam desmontar os argumentos de quem partilha ficheiros:

Só com a informação presente no site e mais uma ou duas achegas da malta clarifica-se a hipocrisia. É estranho que um site pro-copyright utilize uma tecnologia open-source (sem copyrights nem patentes) como a linguagem de scripts PHP... O vírus da liberdade dissemina-se por todo o lado ;-)

Dizem os D'ZRT:
"Roubar a música é matar a música. Sempre que sacas uma música estás a
contribuir para que os nossos concertos acabem."

Uma pérola!


SG

Diz o Sérgio Godinho:
"Por mais voltas que se lhe dê, a pirataria na Internet é apenas isso: pirataria. Aqui não há o glamour dos piratas dos velhos filmes, não há "a justiça dos pobres".
Há apenas um assalto ao nosso próprio barco, um pequeno acto ao alcance de um botão, que, a ser repetido e auto-consentido, se transforma num suicídio à distância.
Porque o consumidor, por falta de legislação, de informação, e portanto de consciência, está, em última análise, a boicotar o produto (trabalho de tantos...) que diz amar e do qual quer usufruir.
Secada a fonte, por falta de líquido, o que irá no fim beber?"


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Ai! Quantos músicos não há a mais. Custa-me vê-lo assim... e o facto se amanhar bem nas cordas da guitarra e cantarolar ainda melhor, não lhe dá o direito de me proibir ouvi-lo sem pagar 20 euros. Roubar não é sinónimo de copiar e de demonstração pública de um CD. Por este caminho, alguem vai ter que rever essa entrada em tudo o que for dicionário e enciclopédia. De todas as formas, as fontes não estão a secar, e dão para encher o Atlântico.


Relatório sobre Música Digital de 2006 - Factos e Números

# As receitas recorde das empresas (receitas comerciais) atingiram $US 1,1 biliões em 2005, um aumento para o triplo face a 2004 ($US 380 milhões)

# A música digital (online e telemóveis) representa aproximadamente 6% das vendas totais de música.

# As vendas de música para telemóveis seguem de perto as vendas online, com receitas divididas quase a meio (60-40 no primeiro semestre de 2005).

# Foram descarregadas 420 milhões de faixas em 2005 em termos globais - mais do dobro do número descarregado em 2004 (156 milhões).

EUA: 353 milhões de faixas descarregadas (face a 143 milhões no ano anterior) [Nielsen SoundScan]
Reino Unido: 26,4 milhões de faixas descarregadas (face a 5,8 milhões no ano anterior) [OCC]
Alemanha: estima-se que foram descarregadas 21 milhões de faixas (face a 6,4 milhões no ano anterior) [IFPI Alemanha]
França: estima-se que foram descarregadas 8 milhões de faixas (face a 1,5 milhões no ano anterior)

# O número de utilizadores de serviços com assinatura, tais como o Rhapsody e o Napster, aumentou de 1,5 para 2,8 milhões globalmente em 2005.

# Os catálogos de canções online duplicaram, atingindo mais de 2 milhões de faixas nos principais serviços.

# Globalmente, existem presentemente mais de 335 serviços online lícitos, face a 230 em 2004 e 50 há dois anos atrás. Só na Europa, o número de serviços chegou a 200 em 2005, face a 150 em 2004.

# As vendas de músicas para telemóveis no Japão atingiram $US 211 milhões, ou seja, 96% das vendas digitais do mercado, nos primeiros nove meses de 2005. As faixas descarregadas atingiram os 4,3 milhões durante o mesmo período.

# As adesões a telemóveis atingiram 1,5 biliões em 2005 - um aumento de 50% face a 2002.

# Globalmente, estima-se que existam 70 milhões de assinantes da 3G. A Jupiter estima que em 2010 a penetração da 3G atingirá os 60% na Europa.

# As adesões ao rádio por satélite chegaram a mais de 9 milhões só nos EUA - três vezes mais que o número total de utilizadores de serviços com assinatura. Mais de 475 milhões de pessoas recebem serviços de Radiodifusão Áudio Digital (Digital Audio Broadcast - DAB).

# Estima-se que o número de ficheiros ilícitos de música disponíveis na Internet em cada momento atinja os 885 milhões, um valor ligeiramente superior ao verificado em Janeiro de 2005 (870 milhões), mas inferior face a Junho de 2005 (900 milhões). Pelo contrário, a quota-parte da banda larga cresceu 26% no último ano. O total de ficheiros ilícitos desceu 20% face ao pico de 1,1 biliões registado em Abril de 2003.

niagara

Mafalda

Diz a Mafalda Arnauth
"Era uma vez um disco, gerado, nascido e criado da vontade de se traduzir não menos do que um estado de alma tão profundo, intenso e único, que de alguma forma acreditamos que o possam querer ter por companhia.

E como amigo que se torna, alcança-lo não deveria ser fruto nem de apropriação, nem de furto e acima de tudo de forma incompleta, como tantas vezes se acaba por conseguir, sem o “roteiro” que o caracteriza, sem o embrulho que o acompanha e lhe dá a dignidade que merece.

A música que tantos gostamos de descobrir num álbum não nasce de um simples estalar de dedos… Vem da dedicação árdua, dedicada e intensa de tantas pessoas e principalmente do núcleo que lhe deu vida, seja um cantor, um compositor, um grupo.

Eu entendo cada disco meu como um filho a que dou vida e é com profundo pesar que descubro quantas vezes os meus rebentos se tornaram amigos à força, incompletos, bastardos, porque a facilidade de os obter ao simples “clicar” de um botão lhes roubou o direito da legalidade.

É realmente muito pouco o que posso fazer mas não vou deixar de juntar a minha voz a tantos outros que como eu lamentam esta situação e sofrem o prejuízo directo que dela decorre. Por favor, façam de um disco um amigo, escutem-no onde é possível, deixem-se seduzir por ele, descubram-no e se ele merecer, comprem-no, ofereçam-no a outros ou esperem que alguém faça o mesmo por vós… porque só assim é que nós podemos garantir que vamos ter a possibilidade de continuar a fazer mais!"

Contem-me estórias. Aqui!
E isto tambem é giro!

And now for something completely different! Mas tambem giro!

Tambem já fui brasileiro

Eu também já fui brasileiro
Moreno como vocês.
Ponteei viola, guiei forde
e aprendi na mesa dos bares
que o nacionalismo é uma virtude
Mas há uma hora em que os bares se fecham
e todas as virtudes se negam.

Eu também já fui poeta.
Bastava olhar para mulher,
pensava logo nas estrelas
e outros substantivos celestes.
Mas eram tantas, o céu tamanho,
minha poesia perturbou-se.

Eu também já tive meu ritmo.
Fazia isto, dizia aquilo.
E meus amigos me queriam,
meus inimigos me odiavam.
Eu irônico deslizava
satisfeito de ter meu ritmo.
Mas acabei confundindo tudo.
Hoje não deslizo mais não,
não sou irónico mais não,
não tenho ritmo mais não.

De Alguma poesia (1930)
Carlos Drummond de Andrade

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