Pardon my freedom!!!

Saí de casa para ir ver uns concertos no Passos Manuel. Tinha a ideia que ia assistir às versões portuguesas das últimas evoluções da música acústica, digamos... não erudita. Nunca fui muito rockeiro, mas cheguei a tempo de ver o início do primeiro.

Frango:
Um crescendo ruídoso quase épico de meia hora, 10 minutos de calmaria pouco atrapalhada, e, para acabar, mais 15 minutos de evolução de amplitude onde foram construindo uma espécie de parede sonora que se desfez em 10 segundos e não em "corte de tomada" como eu estava à espera. Um final abrupto dá trabalho a ensaiar...

Dance Damage:
Não esconderam algum nervosismo, e até o aproveitaram, repetindo enganos, assumindo uns vislumbres de atrapalhação. No entanto não optaram por um modo fácil de resolver as coisas. O risco foi sempre notório. Apesar da ideia que fica no final, não foi apenas uma mistura estratégias experimentais, no-wave. Vi ali algo de corajoso e comovente, e acabei por simpatizar com alguma da interpretação.

Loosers:
Os mais maduros, os mais velhos, gostaram com toda a certeza. Não pude evitar reparar na igualdade de estratégias... Constuir muros é fixe mas também denota poucos avanços no terreno mais frágil da ausência de barreiras. E compor música é também o jogo que se faz pela gestão dos tempos de silêncio e dos tempos de ataque ao ouvido. Um ponto positivo para a maturidade e um sinal negativo para a multi-disciplinariedade, presente, mas raramente audível e sempre invisível.

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