Muit'a Nice! Youth on a Mission!

Aquilo que transmitiu quando actuou assemelha-se ao que se sente quando se ouve Hendrix pela primeira vez.
Viver agora em Portugal, é bom.
Enquanto a função pública e o trabalhador por conta de outrem suportam a corrupção das pessoas que vai subindo aos postos de gestão dos fundos públicos, os designers, os artistas e os filhos betos dos corruptos do Porto vão dançar à noite para o Indústria.

Não fiz anos mas fui à festa sem ser convidado. Não esperava menos para mim e confesso que não me importei de ser dos únicos que compraram o bilhete com antecedência. Mas nem tudo foi bom.
Tivemos antes de aturar uma espécie de karaoke apropriacionista de Yellow e de ver a decoração parola do espaço durante cinco horas. Eu sei que não é má ideia ter uma presença feminina em palco que descontraia o ambiente geral com um instrumento de processamento de efeitos que relembre a frase semi-cantada dos inícios da House e do Electro, e eles até parecem boa onda, mas então não escolham vídeos feios que transmitam mensagens aparentemente inócuas a putos de 18 anos que estão bêbedos ou em MDMA, género "Killing is the ultimate Victory!" ou "Kill in the benefit of others!". Kill yourself and win it all by completing your game!
Depois entrou aquele que protagonizou o momento da noite, do mês e duvido voltar a ouvir uma tão boa actuação dançável no próximo ano. O tema que eu lhe conhecia melhor foi o primeiro, estava diferente (sem batida à frente) ainda que mantivesse a estrutura de 3 compassos de 8 tempos e as frases melódicas que caracterizam a ingenuidade e inteligência do produtor em palco. O espectáculo sonoro continuou ora em sentimento de tensão pré-orgasmo que relaxava em reverberações e descidas de volume, ora em climaxes duradoiros de interpolações e delays de milisegundos estrategicamente colocados. Confiei plenamente na música da criança que me dizia de forma clara quando podia ir ao balcão pedir uma bebida ou podia dançar de euforia ao som de um TB 303 emulado. Depois acabou. E fui para casa triste por já não ser melhor. Com os anos ganhamos algumas coisas muito importantes, mas perdemos tanto melhor...

Nathan Fake



A Sonic fez três anos, e deve ter recebido um mail do Mayer. Festejaram e receberam uma grande prenda de anos: Nathan Fake.
Uma definição parva: Acid-Techno-House Pós Digital Emocional.
O miúdo chama-lhe rock e fica-lhe bem.
Eu chamo-lhe música de dança muit'a nice!

Mensagens populares