Control de tierra al comandante Juan... Control de tierra al comandante Juan... Control de tierra al comandante Juan...

De volta à terra. O Natal com a família. TV Cabo, King of the Hill, The Simpsons, e Family Guy. Uma "galette du rois" num dia. English Club ao sábado.
-Estás mais magro.-Então e a arquitectura?-Esse corte de cabelo estava na moda.-O teu também.
No autocarro, ali quando se corta para variante (Av. Eugénio de Andrade), a desilusão atingiu-me como um copo de bagaço atinge uma úlcera. Vivo numa cidade realmente pobre. Ele é mato misturado com prédios rosa-choc, ele é edifícios pré-fabricados com parques de diversões abandonados. Como se isto (e muito mais) não bastasse, alguém teve a ideia de botar lâmpadas de natal pindéricas ou fundidas pelas principais ruas e avenidas para denunciar a pobreza a quem vem de fora.
Todas as discussões do mundo numa casa de pasto para jovens alternativos, não me desviam da indigência evidente. Já não existem argumentos que valham aos que por cá ficaram para me convencerem a viver aqui. Quem cá está anda triste.
Na discoteca, deixo de perceber porque é que vale a pena pensar sobre música.
Às tantas, já nem é uma questão de falta de informação. Pode mesmo ser pior que isso. Em desespero partilho palavras e preocupações com um colega designer que estava preocupado com a política pouco ecológica do país.
As minhas prendas de Natal já não me entristeceram e até foram fixes comparadas com as da minha avó. 6 pares de meias cinzentas (daquelas que fazem cotão e têm losângulos), um par de meias pretas das boas, um conjunto Eternity C.K. Deo e Eau de Toillete, um pijama, umas pantufas quentinhas, umas notas para pagar uns lanches e uns cafés até ao ano novo, e o bom humor da família que me adora. O madeiro (grande fogueira que se faz no adro da Igreja) estava quase apagado à 1 da manhã da noite de natal até que alguém lá foi por um pneu que o fez durar até agora.
Alguns velhos acumulam-se nos bares e pedem copos até caírem para o lado. Os loucos, não fazem mal, coabitam com a música de Young Gods e Artist Unknown enquanto imploram por uma taça de vinho tinto ao barman que fecha o tasco às duas com polícia à porta.
Por vezes, estar triste não é mau, mas pessoas aqui no interior (a 3 horas do Porto e a 2 horas e meia de Lisboa) andam tristes e acham isso normal. Estão acomodadas à pobreza. Merda. Falem-me agora do curtir, da música electrónica experimental, do corpo na dança e da prótese virtual. Da trans-disciplinariedade do novo sistema operativo, do transformismo e das produções de moda da TANK. Falem-me de arte e de design que não vos respondo! E se vos vir por aqui ainda vos bato com uma couve!

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